12/12/2025

Adoro o cheiro do mar pela manhã 31 (Vídeo)


 

Acerca da greve geral de 11DEZ25

Ontem foi dia de greve geral, com a particularidade (rara) de unir as duas centrais sindicais, por aquilo que li e vi (os canais de tv vão sempre aos mesmos sítios, fazer as mesmas perguntas) o país trabalhador, o que começa no turno da meia noite, os que se levantam às 5 para ir trabalhar, os que podem, pois há uns que um dia de salário é muito significativo nas contas do fim do mês, fábricas privadas pararam (não só a Autoeuropa), Lotas, Camaras Municipais, Hospitais, Escolas, Laboratórios, transportes, etc. Pararam porque a legislação laboral já está tão flexível e moldada para as politicas neoliberais, que este novo pacote é mais um prego nas limitações dos trabalhadores, a adesão foi enorme, cerca de 3 Milhões segundo as centrais sindicais, não sei se os números são esses, mas em breve se saberá com mais precisão. Mas enquanto cidadão houve duas coisas que me fizeram sair do sério, talvez nem escrevesse este pequeno e despretensioso texto. Quando um ministro de nome Amaro (penso que é assim que se chama) vem dizer que a greve é inexpressiva e que será entre 0% e 10%, aqui denota logo que a verdade é bem diferente e à noite quando vejo uma conversa entre o Miguel Sousa Tavares e Sandra Felgueiras e o primeiro diz à segunda com sorrisos, foi a uma pastelaria, foi a uma farmácia, e estava tudo a trabalhar, portanto, para ele isto basta para vir dizer que o país estava a trabalhar, depois tem as tradicionais atoardas e ataques à função publica e aos professores (de que ele gosta tanto) que se preparavam para mais um dia de greve, esta é a informação que temos, num dos canais a RTPN os novos comentadores que arranjaram agora ouvi um dizer que era mais fácil o divórcio do que despedir um trabalhador (não esquecer que estes são dos que se dizem católicos apostólicos romanos, logo se seguirem a doutrina social da igreja…), depois alegrei-me um pouco, ouvi um senhor já reformado como frisou, que estava a ver a televisão e quando ouviu um ministro dizer que a greve era de 0% a 10% ele que raramente sai em manifestações, foi para a rua para a que seguia para a Assembleia da Republica. Resta-nos o Primeiro Ministro com o seu sorriso cínico dizer que não passa nada, o mutismo do Marcelo, e os canais em grandes divulgações referirem que Portugal é o campeão do PIB, esquecem de contar que o PIB só por si é um engano, criar riqueza para quem? Distribuir por quem? Para comprar armas? Para colocar o SNS a trabalhar como deve? Fazer casa para os jovens que precisam? Façam favor de ser felizes, se puderem.

12/12/2025

FGV

09/12/2025

"Um Heroi" - Filme


 “Um Heroi”, filme de 2021 do iraniano Asghar Farhadi, vencedor do Grande Prémio do Festival de Cannes, tem como principal protagonista,  Amir Jadidi, no papel de Rahim. O filme resume um pouco da sociedade iraniana e não só, porque expõe o que as redes sociais podem fazer transformando heróis em vilões e vice-versa, é também um filme sobre a ética, a moralidade, a solidariedade ou falta dela, a burocracia. Rahim está na prisão por uma dívida e numa das suas folgas de fim de semana, a sua namorada entretanto tinha achado uma mala perto de uma paragem de autocarro, com moedas de ouro, eles tentam primeiro trocar o ouro por dinheiro para atenuar a dívida e assim poder ser libertado e pagar o restante com um emprego, mas desconfiaram do valor que o ourives avaliou o ouro, então num assomo de cidadania, resolveu colocar um anuncio em vários locais com o numero de telefone da irmã e daria a quem provasse pertencer a dita mala, assim foi, a senhora veio (ficamos sempre com uma duvida) levou a mala verificou as moedas, não deixou nenhum contacto, e chegando essa acção ao Director da prisão, foi louvado, chamada a televisão, uma Associação Humanitária, fez um peditório para ele, que não chegou para contentar o credor, prometem-lhe emprego na Câmara Municipal (que triste papel do burocrata, que faz tudo para impedir o seu emprego na entrevista, o que consegue), até que começam a surgir nas redes sociais teorias de que tudo foi inventado, ele não era nada assim, houve denuncias até vindas de reclusos contra ele para a Associação angariadora de fundos, eventualmente da ex-mulher ou do credor, e rapidamente passou de herói a vilão, até que a Associação resolveu doar o dinheiro junto, para uma mulher com o seu filho cujo marido iria ser condenado à morte por homicídio, logo aqui o Director da prisão tentou usar esse facto para salvar a situação pois estes também estavam comprometidos, para isso queriam uma entrevista do filho de Rahim, criança que era gaga, e com muitas dificuldades de expressão para a televisão realçar o feito. Rahim recusou que aproveitassem a gaguês do seu filho, resultado foi novamente parar à prisão.

De tudo isto pode dizer-se que ele não foi de facto verdadeiro naquilo que disse, mas não podia comprovar a quem dera as moedas, um sistema prisional e de justiça rápido e sem contemplações (um homem que contrai um empréstimo e cuja empresa vai à falência, é imediatamente preso por queixa do credor), Rahim era um bom homem, sério, com um grande amor pelo filho que impediu ser exposto na televisão, uma sociedade um pouco doente e nada solidária, ou então solidária mas sem defesas às novas técnicas de divulgação da comunicação, as últimas palavras que retemos do filme antes de entrar novamente na prisão e despedir-se da namorada e do filho são “não quero dinheiro, quero a minha honra”.


30/11/2025

Mês do Mar – Ultimo dia

Ultimo dia do Mês do Mar, 30 de Novembro, até aqui tenho colocado uma fotografia por dia referente ao mar, desta vez deu-me para escrever qualquer coisa referente ao mesmo, e começo por dizer que o mar, que sempre foi visto como uma fonte inesgotável de recursos está a ficar doente. A poluição por plásticos (calculem que no Pacífico existe uma ilha à deriva de plástico que lá vai parar por acção das correntes do tamanho da França, disse bem, do tamanho da França) os micro plásticos que vão entrando, desde o plâncton até toda a cadeia alimentar e chegar aos predadores de topo, também nos atinge a nós humanos através do peixe que comemos, o derrame de produtos químicos e hidrocarbonetos, as toneladas de roupa e tecido derivado da industria principalmente em alguns países asiáticos, os derivados de químicos para a agricultura que vão ter ao mar, estão a condenar algumas zonas do mar e das espécies, algas, corais, organismos vivos do mar, plâncton, peixe, estão a provocar zonas mortas que algumas atingiram o ponto de não retorno. Para além de tudo isto a pesca ameaça não uma mas todas as espécies de peixe, principalmente a mais industrializada como o Arrasto, aos barcos fábrica, mesmo com as quotas existentes o esgotamento das espécies é evidente. As comunidades costeiras de pesca que viviam da pesca artesanal, estarão cada vez mais em dificuldades, e aqui as quotas de pesca não deviam ser só aplicadas e bem (com algum sucesso) à pesca de cerco, deveria impor-se paragem obrigatória ao Arrasto (mais que uma paragem biológica), também os barcos de redes de emalhar deviam ter uma regulamentação mais apertada, assim como o Palangre.

De louvar as campanhas de apanha de plástico nas praias principalmente por jovens da Escola Secundária, das campanhas da Ocean Patrol, da ESTM, que dão o exemplo aos mais velhos eles estão a tentar preservar as condições do seu futuro.

Muito mais havia a dizer mas não cabe aqui, não sou Biólogo, sou um simples cidadão observador das realidades, resta dizer que defender o mar e a vida marinha é defender a vida de todos, humanos e todas as espécies vivas que duma forma ou de outra acabam por depender do mar, porque o mar é fonte de vida. Defender o mar para além da questão da biodiversidade, é também futuro económico e sobrevivência colectiva.

FGV

30/11/2025

 

29/11/2025

Uma ideia (transitória) para o espaço criado na R. 13 de Infantaria

 Ontem pelas 4 da tarde na minha caminhada resolvi passar pela Camara e registar a nova concepção do espaço feito (penso que provisório) mas que na minha opinião até ficou bem. Depois quando estava a registar lembrei-me que este espaço seria bem apoveitado nos espectáculos de Verão, com um toldo, mais espaçoso do que o actual, abrigado, enfim mais uma ideia utópica que não terá seguimento mas que eu teimo em dar. Eis as imagens.





23/11/2025

CETEMARES – Visita aberta em 22NOV25

Vi por acaso um anúncio de visita aberta do edifício CETEMARES, e não perdi finalmente de conhecer um pouco do trabalho efectuado naquele centro dedicado às actividades cientificas práticas no âmbito da Biologia Marinha e não só, como tive oportunidade de observar, com a paciência e engenho por ex. na Microbiologia em que a Dra Maria da Luz Calado e a Mestre Cátia Costa, que me deram uma pequena aula de Microbiologia, mas não podendo ver tudo ainda conversei muito com os Mergulhadores que estudam a “saúde” do mar, através das Algas e não só, da aplicação das algas na alimentação, num dos Laboratórios conversa muito interessante sobre os estudos da reacção das bactérias em relação aos antibióticos, neste momento e já há mais de um ano com incidência da bactéria que ataca a Pêra Rocha. Tenho pena de não poder aqui descrever tudo o que vi, mas não tomei as devidas notas e mesmo assim estive das 10H às 13H. Muito contente com o que vi, Peniche devia sentir orgulho ao trabalho que se faz aqui, mal sabia eu que escrevi neste Blogue AQUI uma ideia, que mais tarde teve concretização. Parabéns a todos os que dão o seu melhor em prol do desenvolvimento cientifico na nossa terra.

























18/11/2025

"A Lei de Teerão" - Filme

Filme – A Lei de Teerão – Filme do realizador iraniano, Saeed Roustaee de 2019, com os principais protagonistas, Payman Maadi, Navid Mohammadzadeh, Parynaz Isadyar, Hooman Kiaee, Farhad Aslani. Samad é um Agente da Brigada de Narcóticos de Teerão, quando Samad começou este trabalho existiam perto de 1,5 milhões de drogados no Irão, ele trabalha com a sua equipa para combater o tráfico de droga e dar caça a um dos maiores traficantes, Nasser Khakzad um dos maiores barões da droga. Pelo meio vamos vendo a miséria dos subúrbios da cidade cheia de drogados, com as suas famílias a viverem com eles em condições terríveis, tal como noutras cidades do mundo ali a droga prolifera e não recua por mais trabalho que a policia tenha e por piores condições (impressiona) onde o regime coloca todos os dias as centenas de presos apanhados na rua, em celas onde as muitas dezenas de presos mal se podem mexer, muitos dali irão para a execução outros voltarão às ruas por poucos dias, um deles era sistematicamente preso com um grama de ópio por querer, pois na prisão alugava o telemóvel a quem precisava e assim vivia do expediente. Quando finalmente consegue prender Nasser, este vai a julgamento, começa a compreender que todo o seu trabalho, todos os que foram executados, presos, todo o seu trabalho não tem servido para nada, o número de vítimas da droga está segundo algumas vozes em 6,5 milhões no país, o seu trabalho, a sua dedicação infelizmente não tem tido os efeitos que queria, ele percebe que Nasser foi para aquela vida para dar um futuro à sua família, que ficará destroçada e abandonada, questiona se valerá a pena continuar e vê por experiência própria que os seus próprios colegas estão prontos a denunciá-lo por algo que não fez, desde que o outro tenha proveitos, depois deste caso abandonará a polícia. Roustaee leva-nos para uma situação não muito abordada no cinema iraniano, a questão do tráfico de drogas e de toda a envolvente, (prisional e Justiça) ele não coloca aqui vencedores nem vencidos, heróis ou vilões, claro que aborda o sistema prisional do regime para estes casos e a justiça final com o enforcamento dos culpados (horrível), deixa-nos com os casos e nós temos de os ver com os nossos olhos. Grande filme de acção policial e social, num cinema que tem bons realizadores mas em que este tema raramente é abordado, e é necessária coragem para o abordar naquele país.

 

14/11/2025

Câmara de Lisboa quer que creche reduza ruído das crianças por queixa de vizinho

Não há ruído mais bonito do que o provocado pelas brincadeiras das crianças, assim aprendi toda a minha vida, crianças a rir e a brincar dizem-nos que os males do mundo estão longe, não ali. Pois bem segundo notícia do jornal Público , que incluo no link abaixo é isto que acontece em Lisboa.

Link AQUI 



A violência do mar na Costa Sul de Peniche